sábado, 20 de agosto de 2011

Richard Hammond adora seu Mustang


Se me pedissem para criar uma lista com os cinco motivos para gostar do meu Mustang, ficaria assim:


1) O som - ele soa como um radiador de ferro sendo puxado através de um alce no cio.


2) A aparência - absoluta e completamente heróica, não irá querer outra coisa.


3) A performance - sim, ele escorrega um pouco e tem a suspensão de uma carroça velha, mas ele é surpreendentemente ágil e, agora que instalei um carburador apropriado, ele redescobriu todos os cavalos que escaparam nas últimas quatro décadas e anda pra burro.


4) O interior - é básico e barulhento, mas possui um encanto simples que mexe com minha alma.



Você irá notar, com certeza, que só mencionei quatro dos meus cinco motivos. Isso porque eu salvei o último para uma análise em particular. A minha característica absolutamente favorita do "Stang" é, talvez de modo inesperado, o espelho retrovisor. Não que seja um item especialmente adorável para se admirar - muito do cromo falso descascou da haste que o prende ao teto - mas eu adoro a visão que ele me proporciona da estrada. Na verdade, o retrovisor do meu velho Dodge Charger fazia algo parecido; é mais largo, mas mais estreito do que os retrovisores europeus, e mostra uma espécie de versão cinemática e "widescreen" do mundo.


Acho que gosto dele porque muitas cenas nos filmes antigos mostravam exatamente essa mesma vista, o chão negro serpenteando atrás, coberto com carros de polícia e devassas beldades americanas; ou quem sabe tem algo a ver com a maneira que essas proporções em particular são processadas nos nossos cérebros... Tanto faz, isso não muda o fato que ver um mundo diferente de fantasia cinematográfica e escapismo automotivo por aquela janelas larga e brilhante tem sido minha parte favorita de dirigir meu "puro-sangue" de 44 anos de idade. E recentemente ficou ainda melhor porque acho que o retrovisor pode ter poderes sobrenaturais.


Isso aconteceu na estrada A449, entre Ross-on-Wye e Ledbury. O "Stang" tinha acabado de sair da oficina, após um transplante de carburador, e eu queria deixá-lo esticar as pernas, pelo menos até quando não pudesse mais reabastecê-lo. A A449 é uma estrada decente, e eu estava fazendo a direção trabalhar bastante, sorrindo enquanto o vagaroso V8 chamou todas as 390 polegadas cúbicas (6.390 cm³) para beber gasolina e me arrastou por mais uma curva. Eu dei uma olhada no retrovisor enquanto saía de uma curva fechada. E no meio da vista ampla e cinematográfica do retrovisor estava uma Freelander.


O Freelander não é um carro de fazer parar o trânsito; geralmente sou bem ambivalente sobre ela. O modelo novo é muito bom, e a versão com tração em duas rodas recebeu elogios de quem não se esperava. Mas este era o modelo antigo, e algo nele me incomodou. Ele parecia espreitar. Olhei de novo e aproximou-se, cheirando a traseira do "Stang" como um cão agressivo dizendo um "olá" não muito amigável. Isto continuou por quase 3 quilômetros. Agora, tinha uma van na minha frente, então qualquer pensamento de mandar a cautela ao inferno e pisar fundo para deixar a Freelander numa nuvem de poeira havia sumido. E ela continuava próxima de mim.


Já irritado, eu arrisquei olhar por sobre meu ombro, talvez para ter contato visual com o motorista. E lá estava, a uns 12 metros de distância, uma Freelander azul-claro exibindo a atitude despreocupada e prosaica que eu esperaria ver. Vendo pelo retrovisor, a mesma criatura sombria e raivosa estava colada atrás de mim. Vendo por sobre meu ombro, um cara aparentemente feliz e contente estava dirigindo até Ledbury em um carro sensato e razoavelmente econômico. Vendo pelo retrovisor, o Freelando agora havia crescido - estava mais largo, em posição de ataque, os faróis tinham um olhar furioso.


Claro, pode ser que o aspecto "widescreen" do retrovisor, junto com a qualidade "não-inteiramente ótica" do velho retrovisor, tenham distorcido a visão. Mas este não poderia ter sido o caso, porque se fosse, as montadoras teriam tentado capitalizar sobre isto e venderiam espelhos alegres e calmantes que provessem ao motorista incomodado uma visão muito mais alegre do mundo.


Só posso imaginar que o retrovisor no meu Mustang pode ver além do plano físico e fornecer ao motorista uma espécie de percepção espiritual do caráter e das intenções dos outros motoristas, e que o homem atrás de mim estava irritado por dentro, apesar de parecer bem amigável dentro de seu carro sensato. Ele obviamente tinha dentro dele o espírito ardente de um demônio furioso e vingativo. Então, só posso sugerir que tomem cuidado com ele, e fiquem de olho no retrovisor. Embora o seu não seja mágico, como o meu. Obviamente...


Fonte: Top Gear
Tradução: John Flaherty

11 comentários:

  1. Richard Hammond: sempre com suas comparações esdrúxulas e sem sentido... mas nessa ele se superou! O.O

    Dorrrrrgass Mano!! uaeheuheaueahaeuaheauheahua

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  2. E você podia falar: Chamei meu V8 e ele gritou alto e respondeu e deixamos o freelander pra trás!

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  3. eu concordocom tudo pq meu pai tem um mustang gt v8 1995 e talvez o unico mustang do brasil com banco de couro furado

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  4. Quando se refere a cilindrada, não seriam 390 pol³ (polegadas cúbicas ou cubic inches) no lugar de cm³ ?

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  5. Putz, nem percebi...

    Valeu, eu vou arrumar.

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  6. eu prefiro charger r/t 69 (americano) aquele eu considero um verdadeiro V8 mas entre os modelos atuais eu acho que o shelby GT500 é melhor
    ótimo post!

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  7. Tem hora que ele se perde um pouco.

    Tudo bem que detalhes são importantes,mas por favor Hammond não se perca....

    estava bem até ir no espelho retrovisor....

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  8. Quero um pouco disso que ele anda fumando kkkkkkkkkkkkkkkkk

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  9. ei cd as novidades de episódios em ??? ta demorando

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  10. Sabe quanto tempo leva pra legendar apenas um episódio? sem uma legenda em ingles mais ou menos umas 15 horas sem parar se ta demorando vamo agilizar uma ajuda para esse excelente blog procurar legendas em ingles dos episodios anteriores na web digo isso para o TG UK !!
    Grande Abraço!!

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