TopGear.com: O Nissan Juke-R de 485 HP

Se alguém reclama que falta senso de humor à indústria automobilística, imprima a próxima frase, enrole-a firmemente e acerte-a na cara dessa pessoa. A Nissan criou dois modelos-conceito do Juke usando a base do GT-R e que pode ser guiado nas ruas.

Mas muito provavelmente você já sabe disso - nos últimos meses, a Nissan tem lançado na internet alguns vídeos irresistíveis de um casco de Juke recebendo partes de um GT-R com tração integral e 485 HP. Você também saberá que o encontro entre supercarro e um "carrinho de supermercado" estilisado foi bem sistemático, algo que os engenheiros de corrida da RML levaram apenas 22 semanas.

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Mas será que a saturação online diluiu seu impacto na vida real? Com certeza, de jeito nenhum. Na verdade, os feromônios visuais são mais fortes porque você pode ver, por completo, a realização de tamanha tarefa absurda. Michael Mallock, o homem à frente do projeto na RML, diz: "Além de instalar a tecnologia do GT-R no Juke, nós o montamos para que até mesmo sua avó possa usá-lo para fazer compras."

Contanto que ela possa passar por entre a estrutura protetora de metal, ela bem que poderia. Não há uma maneira muito complicada para ligar o carro; você abre a porta, dá uma olhada na cabine totalmente atapetada, senta no banco tipo concha e aperta o grande e vermelho botão START.

O painel e os instrumentos também são incongruentes. Não há a bagunça de botões e fita adesiva que você normalmente espera - dentro, ele parece comum. A interface sensível ao toque do GT-R (aquele com o medidor de força G), mostradores, indicador da marcha selecionada e volante (com borboletas funcionais) foram todos cuidadosamente instalados aos comandos elétricos normais do carro.

A única diferença óbvia é o assento dianteiro. Ele está mais recuado porque a antepara foi movida para acomodar o motor, empurrando o painel 100 milímetros para dentro da cabine. Os assentos traseiros sumiram por completo para criar espaço para o enorme sistema de transmissão do GT-R.

O exterior pode não agradar muito a avó, no entanto. O kit aerodinâmico musculoso foi feito de um composto parecido com fibra de carbono, e não é apenas algo meramente visual. O pára-choque perfurado ajuda na refrigeração, e permite que todo o (substancial) radiador do GT-R e o intercooler caibam. Ele também está grudado à carroceria com a mesma cola usada nos chassis de F1. Legal.

Mas isto é o Jukezilla - as perguntas que você quer ver serem respondidas são as relacionadas à performance, certo? Então, ele é rápido? Mas é claro. Faz de 0 a 100 km/h em 3.7 segundos. TRÊS-PONTO-SETE. É 0.6 segundo mais rápido que um Aston Martin DBS. Mas não é tão rápido quanto um GT-R - o Juke-R pesa 76 quilos a mais que seu doador por causa do santantônio que segue as especificações da Motorsport Association e do assoalho extensivamente mexido.

3.7 segundos ainda é um tempo assustadoramente rápido, no entanto. Tão rápido quanto uma Ferrari 458 Italia. E ele passa a sensação de velocidade. Mas de um jeito bem diferente de um GT-R. É totalmente selvagem. Pisando fundo no acelerador, todas as quatro rodas movem-se com tamanha força que parecem que estão tentando escapar da carroceria, que faz o casco inteiro erguer-se vários centímetros assustadores. Então, quando troca-se uma marcha, ele mergulha por um momento enquanto o câmbio de embreagem dupla prepara uma marcha de relação mais longa, e continua a irromper da mesma maneira selvagem.

Desacelerar também é igualmente assustador. Por baixo, ele tem os mesmos e enormes discos ventilados e com ranhuras de 380 milímetros que você encontra num GT-R 2011, e que é capaz de fazer suas nádegas descolarem do assento por completo. Ele treme um pouco quando você abusa dos freios, no entanto, e isso não é muito reconfortante.

Mas é nas curvas onde ele fica interessante. Levando em conta que o entre-eixos do GT-R foi encurtado em 250 milímetros, e que o Juke tem um centro de gravidade bem mais alto, é de se imaginar que haveriam todo tipo de problemas interessantes com a dirigibilidade. Mas ele faz curvas com precisão e animação - barras estabilizadoras mais firmes, amortecedores e molas mais firmes cuidam da inclinação da carroceria, e a tecnologia de distribuição de torque foi emprestada do doador para o caso da ambição for maior que a habilidade.

Dito isso, ele sai um pouco de frente (embora Mallock nos garanta que ele é assim para que "todos possam dirigi-lo" após testá-lo na MIRA), mas a enorme pista e as rodas (9.5 polegadas na frente e 10.5 polegadas atrás) ajudam a recuperar o controle de tudo.

Mas dá para perdoá-lo por causa do absurdo disso tudo. E porque ele nunca será produzido - são apenas carros-conceito, lembre. Como um carro - e feito da engenharia - ele é espetacular. Tirando o forro do teto levemente enrugado, o acabamento é o mesmo de fábrica e o conforto ao rodar é infinitamente melhor do que você esperaria de um protótipo montado à mão único (bom, quase único). Além de remover todo e qualquer indício de "já vi isso antes", ele demonstra que, apesar da turbulência econômica, algumas montadoras ainda curtem dar umas risadas histéricas.

Texto: Matthew Jones
Fonte: Top Gear