Os Ícones do Hammond: BMW Z3M

Realmente não é a fórmula para um motor com ótima sonoridade; não é um bruto rugido de um V8, não é uma sofisticada turbina de um V12 ou um denso e barulhento boxer 4 cilindros.

É um seis em linha: seis cilindros alinhados um perto do outro. E é feito pela BMW, que está longe de ser a mais extravagante das montadoras.

E ainda assim, esse seis em linha de 3.2 litros, que produz 329 cavalos e 35,3 kgf.m de torque, faz uns dos melhores sons já feitos.

É um som musculoso, tenso e grosso, mas eficiente. Ele sugere músculos flexionados e uma funcionalidade inteligente e eficaz. E essa simplicidade e clareza é o que faz a BMW Z3M Coupé ainda se destacar, mesmo 13 anos após ser lançada.

O apelido de "Breadvan" pegou por uma boa razão -  tem um toque de van, não só na forma do carro, mas, talvez mais significativamente, na sua simplicidade.

É igual ao Z3 roadster a partir da coluna A, mas não está repleto de acessórios - até mesmo um rádio era opcional quando ele foi lançado antes de virar um modelo M em outros países, em 1996.

Mas essa forma de cupê foi feita pra ter uma carroceria mais rígida, o que permitiu os engenheiros da BMW firmarem mais a suspensão, portanto esta coisa parece querer ser levada a sério no momento em que você anda com ela.

A tração traseira e a força linear desse indescritível e formidável motor resultam em uma coisinha que gosta de fazer drift, feliz em derrapar de lado. Mas a curta distância entre-eixos significa que ele também é arisco - eu rodei mais de uma vez.

Isso acrescenta a um carro muito agradável de dirigir rápido, e que embora não vá lançá-lo numa carreira como piloto, tem muita coisa para ensinar a quem quiser aprender.

Combinando aquele som do motor, as respostas do volante e aquela suspensão mais firme, você nunca se cansaria de treinar com esta coisa.

Sua enorme confiabilidade e consistência garantindo que pode tomar qualquer informação que ele passe à você como fatos, e não como uma indicação de que ele irá pregar-lhe uma peça na volta seguinte.

Mas ele também está longe de ser algum carro exclusivo e especial para track-days. Pense nisso: o formato permite a você afirmar que ele é muito prático. A relativa simplicidade aliada à qualidade na fabricação da BMW resultou num carro longe de ser frágil.

Os preços caíram até o máximo que podiam agora, e o único caminho que eles podem ir, eu diria, é para cima, então a depreciação não vai ser um problema.

O interior é, simplesmente, uma obra-prima de design e construção. O painel é envolvente, tudo no lugar certo e vai durar mais que o Lake District ao longo do tempo. É difícil encontrar falhas nele, seja como um carro para o dia-a-dia ou como um carro para track-days.

Poderia ser pela sua simplicidade, mas isso é uma coisa da personalidade, e eu gostei muito dele. Não é provável que vire um carro para ficar junto com os Bentleys clássicos dos grandes colecionadores, no entanto.

Mas como um carro que faz tudo e que aceita uma condução rápida, viagens longas, idas às lojas de bricolagem, impressiona seus amigos e mantém seu gerente do banco feliz, eu digo que ele é incrivelmente imbatível.

Fonte: Top Gear (17/10/2011)
Tradução: lukinhas.killer
Revisão: John Flaherty

Toda Quarta-Feira, traremos artigos escritos por Richard “Hamster” Hammond, falando sobre vários tópicos, quase todos sobre carros. Fiquem ligados.