domingo, 18 de dezembro de 2011

Jeremy Clarkson e as mulheres

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Em Agosto, o manda-chuva do Top Gear, Andy Wilman e eu fomos até Edinburgo para uma palestra numa sala cheia de profissionais da televisão sobre o porquê do Top Gear ainda quebrar recordes de audiência na sua 14º temporada.


Na verdade, não era uma palestra porque, verdade seja dita, nem Andy, nem eu temos a menor idéia porque Big Brother e Troca de Esposas definham, enquanto o Top Gear continua firme e forte. Então, decidimos organizar uma sessão de perguntas e respostas.



E eis as perguntas. Por que não temos uma apresentadora? Por que sempre há meninas bonitas à frente da platéia? Por que metade da audiência é composta de mulheres? Por que há poucas estrelas femininas andando no carro de preço razoável? A BBC já nos pediu para incluirmos uma apresentadora? A redação do Top Gear é um "clube do Bolinha" ou há mulheres lá também?


Haviam, de fato, tantas perguntas sobre mulheres que ficamos sem tempo antes que alguém pudesse perguntar-nos sobre o meio-ambiente.


O problema é que os executivos de TV enfiaram nas suas cabeças que se um apresentador de um programa é um garoto heterossexual loiro e de olhos azuis, o outro tem que ser uma lésbica muçulmana negra. Giz e queijo, eles pensam, combinam. Mas eis o Top Gear estabelecendo novos recordes após seis anos usando queijo e queijo. Eles não conseguem compreender.


E enquanto a sessão continuava, isso começou a me confundir também. Isto fez com que pensasse um pouco e logo, eu estava imaginando: "Por que não há mulheres pilotando na Fórmula 1?"


Diferente de feministas raivosas, eu procuro não criar distinções entre homens e mulheres, a não ser na cama, onde você realmente precisa notar as diferenças. No trabalho, mulheres são apenas pessoas. É a mesma coisa em festas e especialmente nas estradas.


O pior motorista do mundo é o diretor de estúdio do Top Gear. Coloque-o num campo de aviação com mais outro carro e ele irá bater nele. Eu sei disso. Já vi ele fazer isso. Coloque-o num estacionamento que tenha um pilar e ele acertará aquilo também. Ele não consegue estacionar sem acertar a guia e ele não consegue entrar na sua própria garagem sem acertar sua casa. E ele tem um escroto.


Vicki Butler-Henderson, por outro lado, não tem um escroto. Você conhece a Vicki como a apresentadora do Fifth Gear. Eu a conheço como amiga. E mês passado, conheci o lado piloto dela.


Rapaz, ela é boa. Eu estava num Aston Martin DBS conversível. Ela estava numa Ferrari California e tínhamos a maior parte de Silverstone para brincar. Por direito, eu deveria ter acabado com ela. Eu tinha quatro cilindros a mais, um milhão de cavalos a mais e dois testículos a mais. Mas não fiz isso. Nem mesmo cheguei perto.


Ela conseguia jogar aquela enorme Fezza branca numa curva e segurá-la em algumas das mais gloriosas derrapadas, enquanto eu me jogava para cima dela, às vezes andando de lado, mas geralmente acabava derrapando pela grama, berrando.


Então, estou sugerindo que as mulheres são melhores motoristas que os homens? Não. Estou apenas dizendo que há homens que dirigem como se sofressem do pior caso de epilepsia e mulheres que dirigem como deusas do volante. E vice versa. Então, novamente faço a pergunta: "Por que a Fórmula 1 tem mais homens que os lavatórios de uma sauna a vapor turca?"


Nem sempre foi assim. Em 1958, Maria Theresa De Filippis participou de cinco corridas, qualificou-se para três e terminou a temporada sem marcar pontos. Quinze anos depois, o mundo das mulheres teve outra chance com Lella Lombardi. Ela participou de 17 corridas, qualificou-se para 12 e terminou a temporada com meio ponto. E esse foi o último meio ponto ganho por alguém com seios.


Talvez a competidora mais famosa tenha sido Divina Galica, uma esquiadora de downhill britânica que recebeu uma chance da equipe Hesketh - famosa por ter contratado James Hunt. Ela participou de três corridas, qualificou-se para nenhuma e, dizem, quase causou um motim entre os mecânicos da equipe que não viam razão para darem duro num carro para alguém que era tão lenta que, se tirasse uma foto dela numa reta, a foto não estaria nem um pouco borrada.


A última mulher a chegar à Fórmula 1 foi Giovanna Amati em 1992. Ela participou de três corridas, qualificou-se para nenhuma e conseguiu, em sua breve carreira, nenhum ponto.


A história, então, diz que mulheres não são capazes de pilotar um carro de F1. Mas a história está errada. Mulheres podem pilotar aviões de passageiros e poderia pilotar caças a jato também, se elas não tivessem úteros, que podem soltar-se em manobras de alta força G. E não estou inventando isso.


Além disso, as mulheres podem fazer várias coisas ao mesmo tempo. Ross Brawn me disse uma vez que, numa ocasião, numa corrida com possiblidade de chuva, Michael Schumacher disse no rádio - enquanto cravava uma volta mais rápida - que as nuvens de um lado do circuito pareciam ameaçadoras. Ele estava pilotando uma Ferrari e tinha tempo e inclinação para ser meteorologista.


Em outras vezes, ele pedia pelo rádio na metade de uma corrida para prepararem seu jatinho para uma decolagem mais ágil. Brawn achava que isto significava que ele podia usar uma pequena parte do cérebro dele para pilotar o carro e muito dele para ganhar a corrida. Por isso ele era tão bom.


E é por isso que sou um inútil. Uma vez participei de um teste de multi-tasking preparado pela RAF. Basicamente, você joga uma versão mais simples de Space Invaders enquanto realiza cálculos, responde perguntas, e memoriza sequências de letras e números que apareciam na tela de vez em quando. Fui um desastre. Aparentemente, todos os homens são um desastre. Só as mulheres conseguem fazer isso. Isso significa que as mulheres se dariam bem na F1.


E graças à Vicki, sabemos que há mulheres que sabem pilotar. Também sabemos que muitas gostam de carros. E que milhões delas assistem corridas de Fórmula 1, não apenas porque são gamadas no Mark Webber.


Então, será que os carros exigem uma força física que (quase todas) as mulheres simplesmente não possuem?


Duvido muito disso. Infelizmente, sou muito alto, muito gordo e, hoje em dia, muito "detonado" para caber num carro de corridas moderno, mas sejamos honestos aqui, não é exatamente uma formação ordenada de rugby lá dentro, não é? Não é basquete. Não é lançamento de disco. Sim, pode ficar meio quente e precisa de músculos grandes no pescoço para aguentar as curvas, mas essencialmente você se senta, e vira o volante que tem assistência hidráulica. Será que é tão difícil?


Talvez o problema é que as mulheres não possuem o instinto assassino que as fazem querer ultrapassar o piloto à frente mais do que a vontade de viver. Mas e quanto aos homens? Bem, julgando pela quantidade ínfima de ultrapassagens a cada fim-de-semana, eu diria que eles têm tanta vontade de vencer quanto um urso coala.


Mas só precisamos ver a Baronesa Thatcher para saber como as mulheres podem ser quando querem assumir a liderança. Talvez essa seja a resposta. A "Maggon". Ela é baixinha. Ela tem o instinto assassino. Ela poderia ser justamente o que o esporte precisa.


Fonte: Top Gear (Outubro de 2009)
Tradução:
John Flaherty


Toda Segunda-Feira, traremos artigos escritos por Jeremy Clarkson, falando sobre vários tópicos, quase todos sobre carros. Fiquem ligados.

4 comentários:

  1. Boa...mas nao sei ao certo a data do texto,pois nao foram citadas as meninas da Indy =p

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  2. que bonita a da foto me gusta LOL

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  3. Bom pior que isso é verdade.tenho um casal de conhecidos que a mulher dirige melhor que o homem.

    Mas eu já vi de mulher fazer cagada no trânsito.

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